quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Bueno Brandão - Minas Gerais



Cachoeira dos Luis - Bueno Brandão - MG

Meu domingo no dia 15/07/2014 acordou cedo. Com uma ressaca dos infernos e gastando alguns minutos numa batalha disputada contra a preguiça, venci a guerra e pulei da cama por volta das 6 e pouco. Por falta da disponibilidade dos companheiros resolvi praticar a moto terapia sozinho, pelo menos até as 10 pras 7, quando recebi um zap zap matinal do meu amigo Carlos Henrique Mendes (Carlete), que estava super ansioso pra estrear sua moto nova (NX Falcon 400) nas estradas e ingressar-se ao moto turismo. Partimos do posto Shell as 7:30, eu com Deus e ele com sua co-pilota Manuela Paiva que estava muito melhor preparada do que ele pra viagem, jaqueta de couro, capacete novo, botas e mochila, só.



Selfie na Cachoeira dos Luis

Nosso destino era Bueno Brandão - MG, nossas ferramentas eram nossas motos, algumas anotações no bloco de notas e as placas (ótimo, era tudo o que precisávamos). A rodovia que liga Holambra a Mogi Mirim é muito boa, bem sinalizada e deu pra dar uma esquentada no meu motor. Eu estava ficando bastante empolgado quando na nossa frente nos deparamos com um porre de viaturas, logo pensei que fosse acidente, mas torcendo pra que a impressão fosse falsa fomos nos aproximando e percebi que os carros estavam em movimento, sabem o que era?, uma desgraça de um buzão de alguma seleção que estava sendo escoltado até a cidade de Lindóia onde estavam sendo hospedados. Legal né?, legal o karalho, essa porra mesmo andando a uns 90, 100 as vezes 110 Km/h foi a responsável por um atraso de pelo menos uns 45 minutos do nosso passeio, nem sei de que raio de país que era, mas juro por Deus que se fosse da Argentina eu atravessava aquela barreira policial chegava bem do lado do ônibus e... e..., ah, sei lá, mostrava o dedo do meio (nossa que valente). Depois de andar longos Km atrás desse comboio, eu fui o responsável por pelo menos mais 1 hora uns 17 km de atraso, resolvi voltar onde deveria ter ido, sorte minha, pois paramos numa ruazinha do lado da pista e dei uma cagada monstro atrás de uma árvore, é, pois é, não vou entrar em detalhes da minha primeira experiência nesse tipo de situação e muito menos vou descrever como é a sensação de andar com uma meia só, enfim, seguimos avante.




Após enfrentarmos algumas horas de bunda quadrada, chegamos a tal cidade de Bueno Brandão, foi uma decepção, eu estava muito empolgado pra parar em uma praça, cheia de restaurantes, botecos, sorveterias, lanchonetes, espetinhos, um pagodinho e ser recebido por algumas mineiras gostosas desfilando por lá, (então eu acordei), o lugar se trata de uma cidade bastante conservadora (com excessão no carnaval), era por volta da 12:34 quando chegamos, a impressão que tive foi de uma cidade bem pacata, parecia que ninguém saia de casa aos domingos, e mineiras então, não senti nem o cheiro. A maioria das ruas são de paralelepípedos e as casas são construções antigas aumentando ainda mais a impressão de calmaria. Graças a Deus postos de gasolina tinha em abundância por lá, fomos super bem recebidos por um frentista e um morador enquanto lavava seu carro, tanto que foram os mesmos que indicaram o lugar que se tornaria o nosso destino, a Cachoeira dos Luís.

Os 11 KM de estrada de terra dispõe de muito verde, restaurantes, pousadas, sítios e diversos locais para a prática de esportes radicais, lazer, repouso ou aventura. A pousada Cachoeira dos Luis é um lugar espetacular, o atendimento é muito bom, cercado por um jardim muito bem cuidado hospedam animais como cavalos, avestruzes, patos e galinhas. O mais interessante foi passar por uma pequena trilha de pinheiros seguida de uma curta mata fechada e após nem 10 minutos de caminhada nos depararmos com a linda cachoeira de água limpa, correnteza forte e pelo menos no lugar da queda parecia imprópria pra para banho. Ao seguirmos o fluxo da correnteza, a mesma nos enche os olhos proporcionando lugares paradisíacos e piscinas naturais nos despertando sensações prazerosas, talvez de satisfação ou sei lá, digo que, a natureza tem a virtude de oferecer a cada indivíduo uma experiência particular, uns se sentem livres do maldito estresse causado pela urbanização, outros fecham os olhos e respiram fundo, tem gente que prefere pensar em entes que já se foram, outros querem transar atrás de uma árvore, uns sentem paz interior, outros meditam, sentam, falam com Buda, fazem despachos, batem punheta, abraçam a pessoa amada, jogam gamão, dão risadas, fumam maconha, rezam, cochilam, bebem cerveja, e uma infinidade de outras vontades despertam-se por lá, a minha, em particular foi de me deitar em uma dessas redes preguiçosas, ler um livro e encher a cara de vinho (depois de nadar pelado).

Correntezas da Cachoeira dos Luis
  
A nossa pequena exploração foi interrompida por um chuvisco passageiro, mas foi o responsável por nos fazer comer uma feijoada ensopados e fedendo cachorros molhados, sim, eu disse feijoada, e com tudo que tinha direto, ah, tipo, não vou entrar em detalhes da qualidade e da fartura daquele almoço, tanto que nem jantei ainda e eu estaria me torturando mais do que a minha própria intenção de torturá-los (foto abaixo). De barriga cheia e com vontade de puxar um bóde fiz uma pequena procura com os olhos em busca de algum lugar aconchegante ao sol a fim de fazer a minha própria fotossíntese, encontrei um banco de praça, sentamos, jogamos um papo fora, nos secamos e partimos de volta pra casa.

Super Feijoada na pousada

No caminho de volta, agora sem errar, passamos por Ouro Fino, onde tiramos algumas fotos do portal da cidade, O Menino da Porteira, infelizmente o tempo não nos deixou adentrar para conhece-la melhor, mas parecia uma cidade muito bonita. Voltando de barriga cheia, trazendo na mochila um doce de minas pra minha coroa e cantando dentro do capacete aquela musiquinha pertinente que não saia da cabeça - "toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro fino, de longe eu avistava a figura dum menino...", e eu só sabia esse trecho, aff, mas tá bom, pelo menos enganou o sono.


Ouro Fino - MG
Restaurante Pousada Cachoeira dos Luis





Cheguei exausto em casa por volta das 18:20, 18:21 ou 18:26, com um outro conceito sobre Bueno Brandão e independente das dores nos ombros e no rabo (por causa da moto), tomei aquele banho e me deitei satisfeito, enfim, uma hora de moto vale muito mais que 30 horas de terapia.