domingo, 22 de fevereiro de 2015

Natal - Rio Grande do Norte

Morro do Careca, Natal, RN
Praia de Ponta Negra - Morro do Careca - Natal - RN

Contendo aproximadamente 850.000 habitantes, conhecida como A Cidade do Sol, o município de Natal recebe esse nome devido à sua fundação ter sido no dia 25 de Dezembro de 1599 dia que se comemora o nascimento de Cristo. A capital do Rio Grande do Norte possui o ar mais puro do Continente Americano e pode ter até 15 horas de sol por dia em determinadas épocas. Sua principal fonte de renda é o turismo e outras áreas do setor terciário, devido à suas praias e belezas naturais a cidade recebe em média anualmente 2 milhões de turistas do mundo todo. Por culpa de todos esses aspectos positivos sobre a cidade, ficou fácil escolhermos nosso destino pra passar nossas férias.

Partimos de Campinas na tarde de uma terça-feira dia 13 de Janeiro de 2015 à bordo de um Airbus da Gol, se tornando então uma das minhas piores experiências até hoje dentro de um pássaro de aço, já não sou muito fã de aviões e coisas que balançam muito, a frustração só aumentou quando me sentei do lado de uma menininha que queria vomitar (pois é, agora eu tinha duas preocupações, o medo daquela porra cair e daquela lazarenta me banhar de vômito), graças ao nosso bom Deus nenhuma dessas desgraças aconteceram.



A companhia Gol linhas aéreas é disparadamente a pior de todas que já viajei em toda minha vida (Tam, Gol, Azul). Começando por uma banalidade mas muito explorada por mim e por grande parte do público brasileiro masculino (há há há há) são as aeromoças, pois é, estavam mais pra aeromadruvás, não somente pela falta de padrões físicos mas principalmente pelo despreparo e desqualificação em atendimento, as aeronaves são de três lugares, fomos em 4 pessoas, meu irmão Rafael Tova (Rafa), minha prima Eduarda Pedroza (Duda), eu e minha mamãe Sueli, então eu fui o azarado de sentar perto da menininha do vômito, mas dessa eu já falei. As aeromoças estavam acompanhadas de comissários de bordo tão ou mais despreparados do que elas, eles deveriam cuidar de animais selvagens não de gente. A companhia, diferente da concorrência não oferece cortesias como água, refrigerante, chocolate, biscoitos, feijoada, strip-tease, entre outras, tudo tem que ser pago (Ok, beleza, até ai ta bom), ai passa o carrinho contendo tudo citado acima menos o strip-tease e a feijoada que estavam em falta (há vá), pedi uma porcaria pra Duda, fui pagar e adivinha? Eles não tinham troco, porque a Gol fala pra eles venderem as coisas e não dão troco (muito massa), enfim, mesmo com toda essa desinteligência consegui chegar inteiro e limpo em solo carioca pela primeira vez.

Sueli Tova e Eduarda Pedroza
Vinicius e Rafael Tova

O voo tinha conexão no Rio de Janeiro, mas não deu pra conhecer nada até então, paramos no aeroporto Galeão e dentro de umas duas horas e pouco já tínhamos decolado no estado do Rio Grande do Norte. Em seguida ao desembarque tem um saguão onde ficam várias companhias de passeios, fretados e guias turísticos, optei por manter a calma e sair pra ver se achava um ônibus, taxi ou algo parecido, do aeroporto até a cidade é mais ou menos 1 hora de viagem, os ônibus estavam lotados e os taxis ficavam na casa de R$ 200,00 pra nós quatro, voltei até o saguão e tivemos a sorte de fecharmos uma Van que estava próximo pra partir, paguei 20 conto por cabeça e a Duda não pagou (foi a primeira sorte que tive). Então embarcamos rumo à Ponta Negra onde era o nosso destino. O responsável pelo nosso frete foi o Abdael, ele é motorista da Natal Vans (84-3642-1883), desde então já comecei a gostar da cidade, o que logo me chamou a atenção foi o bom atendimento dos nordestinos (literalmente um baile nos paulistas), até chegar no hotel ele foi um excelente guia (ele não tinha essa obrigação, era apenas o motorista do carro) e ia me mostrando cada coisa da cidade, sugerindo lugares, praias e restaurantes.

O sol já estava se pondo quando chegamos no Vip Praia Hotel (84-3236-2496), logo de cara gostei, a recepção nos atendeu super bem, fomos encaminhados para o quarto onde tomamos um baita de um banho e aproveitei pra tirar àquele bode. Depois de instalado sai pra fazer uma pequena exploração do ambiente, como objetivo encontrar bares, piscinas, saunas, hidromassagem e meninas (achei 90% dessas coisas). O lugar se trata de um ambiente muito bom, talvez de 0 a 10 eu avalie em 8, o café da manhã é bom, não tem tanta variedade de coisas em relação a outros hotéis que já me hospedei, todavia, um diferencial bem bacana é que eles preparam omelete e tapiocas tanto doce quanto salgada na hora, é muito bom e nutritivo. A área de lazer tem uma piscina grande de mais ou menos 1,10 mts de profundidade (é ai que entra a brecha, os caras pensaram em tudo, menos em crianças, como eu estava com uma, senti e muito a falta de uma piscina especifica pra elas, é foda viu), as mesas ao redor da piscina com vista pro mar me chamavam pra sentar e tomar uma baita caipirinha (não me rendi, pelo menos naquele momento). A suíte onde ficamos tinha duas camas de solteiro uma de casal e uma varanda pequena, o ar condicionado funcionava corretamente e o frigobar tinha muita água (aeee, graças a Deus não tinha cerveja, senão eu tava fodido). O serviço de quarto foi muito bom (não tive a experiência de encontrar a camareira dobrando minhas cuecas), deixavam o quarto impecável e as toalhas sempre limpas.






Depois de avaliar com rigor cada corredor e cada atração do hotel, saímos pra rua pra averiguar melhor a noite potiguar. A primeira façanha que íamos fazer era o Passeio de Buggy, existem em Natal mil e uma agências que intermediam passeios tanto de Buggy quanto de Van, barco, 4x4 e por ai vai, rodei, rodei, fui pra lá, fui pra cá, cotei, pechinchei e fizemos o escambáu, funciona assim: os passeios são fechados por alguma agência de turismo, umas com guias, outras não, umas com mais atrações, outras não, o preço do passeio de Buggy gira em torno de 500, 450 até 400 reais pra 4 pessoas, então foi a hora que tomei no rabo (nossa Vini, tava demorando em), toda viagem que se faz, a gente tem que tomar no rabo, ah tem, senão não é passeio. Vou tentar ser o mais claro e indiscreto possível, sim indiscreto(vou citar nomes). Como disse anteriormente existem mil e uma agências de passeios em toda cidade, algumas delas tem carros próprios outras terceirizam bugueiros (eu tive o dedo podre de escolher uma que terceirizava os meninos), andando pelo deck na orla da praia de Ponta Negra, fui abordado por um rapaz alto, loiro (mas não era bonito nem sensual muahaahha), também não era tão honesto assim, ele se chama Júlio, tinha passeio de Buggy por 400 pau, ele não estava avulso, estava na frente de uma agência com portas abertas e bastante movimentada, o nome é Astral Turismo (84-3082-9466), fechei o passeio com eles e dei 50 pila de sinal (tadinho dos 50 pila, nunca mais o verei, que façam bom proveito, buá, buá, buá). Ele, na teoria ligaria pra um bugueiro, passaria a hora e o endereço na frente do hotel e eu pagaria outros 350 na mão dele após o término do passeio, mas não foi bem isso que aconteceu.

 
Orla de Ponta Negra

Na manhã de quarta-feira, realmente apareceu um bugueiro, porém ele queria 400 pau (realmente os passeios de Buggy não são mais baratos que isso, o padrão é 480, eles tiram os 80 pra ficar bonito), enfim depois de uma averiguação da desordem e do atropelamento de informações descobri que a maioria dos bugueiros são mercenários (quem da mais leva), eu iria pagar 350 pra ele, pois a agencia mordeu 50 só pra intermediar, durante o trajeto até o hotel esse bugueiro (o de 350 reais) provavelmente encontrou uma outra família que lhe seria mais rentável (vocês devem estar se perguntado, mas como apareceu um bugueiro na hora marcada no meio desse devaneio todo?) é então, aconteceu que eles são uma raça bem unida, tipo motoqueiros em sampa, quando cai um, cinquenta vem arruma confusão, é tipo isso, esse de 350 reais encontrou esse outro e disse: Você tem trampo pra hoje? – Não! – Então vai lá na rua tal, endereço tal e blá blá blá. Entre um blá, blá, blá e outro, tomamos no cú com 50então mas foi fundamental pra qualidade do nosso inesquecível passeio pro Norte de Natal.

Passeio de Buggy lado Norte

O Buggy era um regaço, motor 1600 de Fusca (aff), um tanto mais velho do que a maioria, nem freio de mão tinha, o motorista se chama Divanilson (84-9111-1196), o cara é muito gente boa e inteligente, durante o passeio ia nos mostrando toda a cidade, falando sobre os pontos turísticos, mostrando restaurantes e tudo mais, já era a terceira experiência com pessoas locais, e a impressão só tinha a melhorar. Fomos pro lado Norte, passamos por uma balsa que cobra 30 reais pra atravessar e voltar (achei barato, os caras fazem um baita esforço pra remar até o outro lado, e não fazem cara feia em), seguimos avante sentido às Dunas de Pitangui, lugar paradisíaco com areia branca e fina, lá nosso coração ia pro meio do rabo e subia pra goela, esse passeio existem duas categorias, com emoção ou sem emoção, a pedido da Duda (não meu, sou cagão pra cacete) o passeio foi regado de muita emoção e risadas, mas foi muito loco. Na praia de Pitangui paramos em um quiosque desses à beira mar, de fundo com uma pequena represa de água doce (a Duda e minha mãe acharam o máximo), foi meu primeiro contato com água, gelada, transparente e limpa. Dei uma bela de uma refrescada e sentei em uma cadeira, que bom, tipo #aiquesossego, pedi um espetinho de Lagosta e uma caipirinha de Cajá, fruta e prato típico da região, gostei muito das duas coisas principalmente da caipirinha que me abriu portas pra outros pensamentos.






Díva (Divanilson) era “o cara”, manjava tudo daquela região e se encarregou de tornar nosso passeio cada vez mais atraente, emocionante e cultural. Fomos conhecer as famosas Dunas Douradas, lá foram gravados trechos de algumas novelas como Tieta, Flor do Caribe, o seriado Sansão e Dalila e a grande audiência da rede Globo, O Clone (eu queria mesmo era ver a Jade pelada, mas não foi dessa vez). Paramos na praia de Jacumã onde se hospedam todas aquelas coisas legais que se veem nas propagandas de Natal, tirolesas, ski bunda, aero bunda e mais uma pancada de coisas relacionadas a bundas (adoro).


Praia de Jacumã - Natal - RN

pra encerrar o passeio do lado Norte, passamos pelas Dunas de Genipabú, lá tem uma feirinha bem legal que vendem artesanatos em geral, chapéus, tangas, sungas, biquíni e de tudo um pouco. Lá tomamos uma água de coco, que custa, tiam tiam tiam tiam, tiam tiam tiam tiam, somente 3 conto minha gente, isso mesmo moçada, 3 conto, tão barato que dá até pra substituir a água mineral pela de coco, o rapaz que vendia tinha tanta agilidade que em dois golpes cortava o coco no meio e fazia uma pazinha pra comermos aquela nata deliciosa que tem dentro. Em Genipabú também existe os passeios de Dromedário, aquele bicho fedido que anda em desertos e bebem pouca água, foi muito legal ver um de perto, mas dessa vez eu achei que o preço estava meio puxado, 45 pau pra andar em baixo de um sol dos infernos durante 15 minutos em cima de um bicho que fede e defeca pra cacete (não desmerecendo o esforço do bichinho, mas esse valor num da pra pagar não). Chegamos no hotel só o bagaço depois de um dia bem aproveitado, pagamos o Díva e gostei tanto dos seus serviços que queria que ele nos levassem para os passeio pro lado Sul, foi muito triste a dor do parto mas ele estava indisponível, mesmo assim indicou um outro amigo. A noite fomos comer uma pizza e curtir um forrozão rastapé em um shopping pequeno que se chama Villarte, muito divertido e músicas boas, me lembro que fui dormir cantando Por isso eu vo na casa dela ai ai, fala do meu amor pra ela vai...

 
Dunas de Genipabú - Natal - RN
Forró Rastapé

Acostumávamos acordar umas 7:33 hrs, depois tomávamos um baita de um café que era praticamente um almoço (claro né era a vontade, e a gente nem sabia a hora que íamos almoçar), depois descemos e esperamos um taxista com uma Doblô, seu nome é João (84-8841-7291), é uma espécie de Taxi Tur, ele não usa aquela porcaria de taxímetro que só encarece as coisas e fode com o bolso da gente, fechamos com ele o passeio por 350 reais pra Pipa e arredores. O João é sensacional, com um sotaque bastante acentuado de Natalense da gema é ainda mais sábio que Díva e muito, muito bem humorado, durante o trajeto até nosso destino aprendi muitas coisas, inclusive datas e nomes de cidades vizinhas. O caminho algumas vezes à beira mar e as vezes em estradas ou rodovias, cercado por coqueiros por todo o lado, aumentando ainda mais a beleza do trajeto, vendas de frutas como o Cajú, Jaca e Cajá tem de monte nos acostamentos. Passamos pela cidade de Lagoínha onde presenciamos mulheres lavando roupas à moda antiga, em um riacho que passa por dentro de um sítio, em seguida paramos na Lagoa de Guaraíra, onde se tem a oportunidade de passear de barco e ver os Golfinhos (eu estava me lixando pra Golfinhos, se fossem sereias de topless eu deixaria até as cuecas lá), em frente à lagoa tem a ilha de Malembá, franceses a compraram há alguns anos e tentaram construir um resort 5 estrelas, porém o desgaste ambiental seria enorme então proibiram até mesmo de mexerem na ilha (tomaram no cú ahahahaha).




Ilha de Malembá - Tibau do Sul - RN
Como poucos sabem, a Praia de Pipa não fica em Natal, tanto que temos que percorrer aproximadamente 90 Km pra chegar até a cidade Tibau do Sul onde realmente se localiza a Praia de Pipa. A mesma de início deixou a desejar, é mais nome do que conteúdo, próximo ás praias de Cacimbinha e Madeiro a Pipa recebe esse nome por causa de uma pedra que tem o formato de uma pipa (uma espécie de vasilha que se guarda vinho e água), (uaao que sabedoria, eu mesmo achei que fosse uma pipa de soltar, tipo essas que matam motoboys por ai), a praia não é muito grande, é bonita, nada mais do que isso, a beleza maior está relacionada aos restaurantes chiques praia à cima, o mar é repleto por corais (isso é cruel), mesmo proporcionando uma beleza rara em maré baixa o mesmo são os responsáveis por arrancar unhas dos dedos, foder com a canela, torcer o pé ou voltar pra areia parecendo que desceu em um escorregador de Gillete. Resolvi parar debaixo de um desses guarda-sóis no lado esquerdo da praia, quem nos atendeu foram os garçons do Restaurante Dois Mares, os caras são ágeis, bem humorados e funcionais, lancei logo um balde de Bohemia (que massa, foi a primeira vez que me senti bem acomodado e relaxado). Entre um drink e outro eu observava a paisagem, pensava sobre a vida e admirava as bundas que iam passando, fiquei bastante decepcionado, faz tempo que não frequentava uma praia que não me apaixonasse pelo menos umas 6 ou 7 vezes (tenho o coração mole, me apaixono com facilidade). Por pelo menos umas 3 horas permaneci ali, eu já estava vendo tudo lindo e maravilhoso já que as bundas estavam cada vez melhores. Fomos embora e o João me indicou o Restaurante Lua Cheia, vou ficar devendo informações sobre ele, mas dando aquela espiadinha na serra alheia, me aparentou ser muito bom.


Praia de Pipa - Tibau do Sul - RN



Seguimos em frente e passamos pela Vila de Pipa, ai sim gostei muito, tem botecos pra todo lado, pousadas, mercados e lojas, o João me disse que a noite ali tem muito reggae, rock, pop e rola muitas drogas e bacanais (já anotei na minha agenda, quero dar um pulo lá qualquer hora). Na parte superior da vila tem uma boate que se chama Calangos, também vou ficar devendo informações sobre os serviços, mas sua faixada tem desenhos do Mick Jagger, John Lennon, Jor Ben Jor, Ed Mota e outros grandes ícones da música mundial.

Calangos Boate - Vila de Pipa - Tibau do Sul - RN

Eu particularmente já ia voltando pra casa não tão encantado com o passeio do lado Sul, mas as margens do Oceano Atlântico ainda escondia uma das coisas mais maravilhosas e espetaculares que já presenciei, a Praia do Amor. Existem vários acessos, mas chegamos pelo Chapadão de Pipa, é um grande morro com terra avermelhada (foi gravado a abertura do Fantástico), oferece um contraste perfeito pra tirar “àquela fotocom o intuito de torturar as pessoas via Facebook. A praia tem esse nome, por causa do fato das suas areias fazer um formato de coração, depois, por informações do sábio João, tive o conhecimento de que pessoas usam a praia pra praticar a sacanagem (essa hora um breve filme pornô passou pela minha cabeça, eu era o protagonista e estava acompanhado de mais 3 mulheres, uma ruiva, uma loira e uma mulata, enquanto uma me chup..., deixa pra lá vai), foi a coisa mais massa que vi no lado Sul de Natal (voltei com um propósito futuro de algum dia comer alguém ali, mesmo que for a minha esposa, que ainda nem nasceu). Na volta pela Estrada de Pipa, passamos no Val Brasil Oficina e Loja de Artesanatos (84-8850-7470), onde a mãe e o pai da menina Ester fazem 70% das coisas que vendem lá (só digo uma coisa, artesanato de primeira), pra encontrar artes reais, assinadas e feitas com amor, precisamos ter faro, e eu graças a Deus tenho, não se encontra coisa boa em feiras, shoppings ou inferno à dentro.
 
Chapadão de Pipa, Praia de Coração, Natal
Praia do Amor - Tibau do Sul - RN


Val Brasil Artesanatos


  
Val Brasil Artesanatos


De Lampião não tem nada














Jantamos em um bistrô próximo ao hotel, desci no deck de Ponta Negra em frente ao Quiosque do Suco, onde ouvimos pela segunda vez um luau comandado pelo cantor e artista Rodrigo Lacaz (84-9168-9540), o cara tem muito carisma e talento, faz show no Brasil inteiro, canta muito bem, gostei bastante da ideia de ingressar musicas próprias durante o show tanto que são muito boas por sinal, no entanto seu repertório é muito ruim, eu sei que: em relação à sica o que é bom pra alguns pode ser um pesadelo pra outros, mas o que quero dizer é a escolha das músicas em determinada situação, ele gosta muito de um estilo pop internacional, tipo Adele, Hanna Montana, Lana Del Rey e algumas coisas que eu nem a maioria dos espectadores sabíamos o que era.

A sexta-feira tiramos pra desfrutar e conhecer a famosa praia de Ponta Negra, a experiência foi muito boa. No extremo direito da praia se encontra o maior cartão postal de Natal, é o Morro do Careca (isso, aquele tobogã de areia que você está cansado de ver nas propagandas da CVC, Tam e em sites de turismo), se trata de um morro com uma duna de areia bastante íngreme que no passado era usada pra pratica do tal esquibunda, porém no final dos anos 90 foram proibidas quaisquer atividades esportivas e não esportivas no morro, os principais motivos foram a preservação ambiental e a diminuição do tamanho do mesmo devido à queda de areia.

Praia de areia branca, fina e longa, o mar não é tão agitado e as ondas quebram bem pra frente, chegando bem fraca na beira da praia (ótimo para crianças). Em torno de suas mediações existem quiosques que dispõe de muitas atrações da gastronomia caiçara e drinks. Cada quiosque é responsável pelas suas regras (não existem padrões de preços entre uma lanchonete e outra), nesse dia ficamos no lado direito da praia (se não me falha a memória é Quiosque do Buzuza), ele cobrou 20 pau pelo aluguel de 3 cadeiras, 1 cadeira cama, 1 mesa e 1 guarda-sol, ele descontaria esse valor se consumíssemos algum prato combinado, arroz, feijão, salada de tomate e filés de peixes ou camarão com salada, enfim, diversos pratos pra 2 ou mais pessoas na faixa de 50, 60, até 150 reais. Não achei caro, fui muito bem atendido, a Skol estava trincando e o cara sempre me atendia com agilidade (é disso que gosto na praia, ficar bem acomodado, tomando cerveja, ouvindo música e vendo as cocotas desfilarem). Em Ponta Negra tem bastante ambulantes, uns mais criativos do que o outro, um diferencial de tudo que vi antes é a boa abordagem ao cliente como por exemplo: o vendedor de empadas chega muito bem educado e humorado, apoia o vasilha térmica na mesa e mostra seu produto sem preguiça ou pouco caso (ai é cruel, aquele cheiro bom do karalho, dificilmente ele sai sem efetuar uma venda).






Como na Praia de Pipa essa também não me rendeu muitas paixões, a cada 10 mulheres transeuntes uma eu avaliaria acima da média (deixo claro aqui, e pros futuros leitores que não estou desfazendo, rebaixando ou expondo qualquer tipo de humilhação às mulheres nordestinas, natalenses ou turistas em geral, a avaliação da tal média, são percepções exclusivas minhas, cada um tem a sua, é que nem cú). Mas observando como um todo e novamente tirando conclusões só minhas, acredito que essa falta de qualidade feminina se deve ao fato do aumento de famílias ou casais em lua de mel, não se compara com Ubatuba ou Guarujá que a galera vai pra exibir seus esqueletos sarados, ganhar likes no Face, posar pro Instagram, atrair o sexo oposto e trepar no final da noite (então meninos, fica a dica, se quiserem flertar, meter, ou conhecer mulheres saradas, vão pra outro lugar).

 
Morro do Careca - Natal - RN

A praia é muito limpa e organizada, já é a própria cultura dos natalenses a organização em geral, porém Ponta Negra dispõe de coletores de lixos que passam na areia durante todo o dia, eles não fazem vista grossa e corpo móle, eles "fazem um limpa", levam garrafas, cocos, canudos, e todo o lixo que estiver por perto. Diferente das praias daqui de sampa como citadas acima, não se veem muitas coisas como aulas de surf, aquelas bananas que te jogam no mar, e um ponto muito negativo, não tem música, lugar algum na areia tem música.
 
Eu e Duda no Deck de Ponta Negra

Fechamos um novo passeio com o João sentido a conhecida Rota do Sol onde nossa primeira atração foi um pequeno museu militar, o denominado Centro de Lançamento Barreira do Inferno (uao, que nome assustador meninas). Fundado em 1965, está localizado no município de Parnamirim, nele se concentram as operações de lançamentos de foguetes de médio e grande porte, esse nome foi dado por pescadores por causa da cor avermelhada que o sol matinal ocasiona em suas falésias.







Seguimos avante pela Rota do Sol, passamos pela Praia de Búzios onde paramos em um mirante que disponibiliza uma perfeita e paradisíaca visão de um mar com reserva ambiental onde ocasionalmente podemos perceber as passagens de Golfinhos e Tartarugas Marinhas (novamente um Golfinho entra no meu caminho, atrapalhando a minha concentração em presenciar uma sereia de topless). Eu em particular não vi porra nenhuma, me esforcei, ouvia as pessoas falarem assim: - Olha lá filho, olha ele ali. – Mãe, mãe, corre, vem ver o Golfinho. Pai, por que eles vem pra praia? (eu devo ter corpo fechado, pus os óculos, tirei os óculos e nada, desisti de ver os marditos e fui me refrescar com um baita coco gelado). Nesse mirante podemos comprar alguns artesanatos e saborear pratos convidativos como, casquinha de siri, isca de peixe, camarão e outros frutos do mar, não foi o que fizemos, mas tive o prazer de conhecer uma senhora artesã que pratica até então desconhecida pra mim a Renda de Bilro, é difícil de explicar, mas ela é feita sob uma almofada com a ajuda de tocos de madeiras, uma única peça demora em torno de 45 dias pra ser fabricada, variações de 3 ou 4 meses existem em determinadas peças.

 
Mirante dos Golfinhos



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Renda de Bilro

O nosso destino era a praia Barra de Tabatinga, extensa, areia fina e branca, ondas calmas e mar bem aberto, excelente pra praticar Wind Surf. Ficamos no lado esquerdo da praia, entramos pela maravilhosa e bem estruturada Pousada & Restaurante Porto Parus (84-3230-2090), super indico, a gente entra por ela e podemos usufruir da piscina, redes, duchas, restaurante (a parte), mesas e cadeira, sem mesmo ter a obrigação de estarmos hospedados nela. Seria muito descaso e até antiético tirarmos tanto proveito do lugar e não consumir nada (hahaha, adoro a parte do consumo), então saímos por uma pequena trilha de no máximo quatro metros que fica de fundo com a pousada e já estávamos sob areias brancas. A Duda amou essa praia, onde ficamos é cercado por um coral bem extenso que forma um tipo de piscina rasa e com ondas fraquíssimas. Eu e o Rafa ficávamos jogando um papo fora, pensando na vida, falando abobrinha enquanto as meninas se refrescavam com aquela água clara e calma (pareciam duas arapongas em alto mar). Realmente aquele ali sim é um lugar de paz (#aiquesossego), pedi uma cerveja em seguida um Hula-Hula, muita massa, bebida típica havaiana, a base de vinho, vodka ou espumante (calma gente, é só uma dessas três), mistura-se leite condensado e mais algumas desgraceiras (se quiser saber melhor é só procurar a receita no Google), o legal é que se servem dentro de um abacaxi, eles tiram o miolo dele e coloca esse liquido dentro, que lembra muito uma batida (fiquei de fogo, e escrevi metade desse texto àquela hora ali mesmo).
 
Hula - Hula

Voltamos e foi a vez de passarmos no Cajueiro de Pirangi, todo mundo deve ter ouvido falar desse danado um dia, se trata do maior cajueiro do mundo, também localizado no município de Parnamirim, a árvore cobre uma área de aproximadamente 85.000 m², e produz entre 70 a 80 mil cajus todos os anos. O crescimento exacerbado da mesma tem relação à anomalias genéticas fazendo assim o crescimento dos galhos nas laterais e não pra cima como de costume. Parece que o ingresso pra visitar custa uns 8 reais inteira, não achei caro, pois o valor é revertido pra manutenção, limpeza e organização do lugar. Guias disponibilizam informações e conta histórias do cajueiro dentro do espaço, no lado esquerdo tem um mirante onde se pode tirar uma foto panorâmica por cima do cajueiro e da praia de Pirangi do Norte, após feito tudo isso, lá em baixo você pode degustar um suco dos frutos do cajueiro (não da pra tomar uma copada, é um copinho desses de café, mas tá bom, deu pra matar a lombriga).

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Cajueiro de Pirangi - Pirangi do Norte - Parnamirim - RN






No caminho, entre a praia Barra de Tabatinga e Pirangi do Norte, no munícipio de Nísia Floresta parei em uma loja de artesanatos (Atelier Arte e Artesanato), porque fiquei encantado com a qualidade dos trabalhos do artesão Sandro Thiele e Mica Carboni (Facebook), tanto que a mesma é a bióloga do cajueiro, os trabalhos são realmente manuais, eu como admirador de artefatos artesanais não voltei de mãos vazias, o casal é muito acessível à negociação e incrivelmente fascinantes como pessoa.






A cidade de Natal tem por volta 300 dias de sol por ano (pois é), eu posso dizer que estive lá em um desses 65 de chuva. Depois de uma noite toda de água, o domingo também amanheceu chuvoso, mas não atrapalhou, ficamos escorados no quarto do hotel até o sol aparecer, esse dia tiramos pra comprar aquelas lembrancinhas (essas porcariazinhas que todo mundo leva sabe), conheci então o Shopping de Artesanato Potiguar (que de artesanato mesmo não tem porra nenhuma), mas lá é muito legal, são três pisos de lojas de porcarias em geral, tipo: toalhas de mesa, porta-chaves, caixinhas, miniaturas de barcos, camisetas, abridores de garrafa em forma de cacete (ótimo pra levar pro sogro e cunhado), redes, guardanapos, quadros, entre outras um milhão de coisas. Uma sugestão minha é ir pra lá direto, tem tudo que tem em outros lugares e você anda uma vez.

Foi a única vez que usei a piscina do hotel, fiquei um tempo deitado naquelas cadeiras-cama ouvindo Tim Maia, Ira! e Titãs, dei umas pescadas até, acordei com meu próprio ronco (haha oia a situação né), depois partimos pro nosso último ato de luxúria em terra potiguar. O restaurante fica na orla de Ponta Negra, sentido sul, se chama Barraca do Caranguejo, é um lugar bastante tradicional e conhecido por lá, todos nós gostamos, pedimos um rodízio de camarão, o cardápio tem no mínimo 20 tipos de camarão, entre eles: camarão ao molho branco, ao molho vermelho, camarão assado, frito, cozido, grelhado... (camarão pra dá com pau), o preço foi acessível R$47,90 por pessoa e crianças não pagam (adoro). Ainda ouvimos um Forró Universitário muito bom, lembro-me de ter ido embora quase arrastado pelo meu irmão, arrotando camarão, cantando um refrão assim: A lua quando brilha falo de amor, no gingado de xote, sinto teu calor, a noite acordado sonho com você ie ie ie...(consequentemente se tornou a música tema das minhas lembranças de Natal).

Interrompendo o ócio e tanto conhecimento, infelizmente chegou então o dia de ir embora, o voo pra Brasília estava previsto pras 23:00 horas, então ganhamos mais um dia. Já com o bolso bastante abalado, com a mente descansada e com a alma lavada ficamos no lado esquerdo da Praia de Ponta Negra, é o lugar ideal pra quem gosta de ficar um pouco mais longe de aglomerações, já não passa tantos ambulantes e o aluguel de apetrechos são mais baratos, uma lata de Skol vale R$3,00 uma porção de camarão R$10,00 sorvete está na casa de R$4,00 (achei tudo muito barato). Não sei porque diabos ali tem muitas ciganas, uma delas me ofereceu pra fazer uma leitura de mão, acrescentou que eu sou uma pessoa muito invejada por causa desses meus olhos azuis e da minha beleza (ri horrores, quem ia invejar alguém que não tem bens, só se for na cadeia, e beleza, a sei lá, beleza todo mundo tem a sua, mas a minha nunca foi dessas de despertar inveja).





Era antes das 15:00 horas, a maré subiu tanto que nos expulsou de volta pro hotel, foi muito bom, estava bem cansado, tomei um banho e aproveitei pra assistir O Rei do Gado. A noite fomos comer um lanche no Quiosque do Suco, onde ouvimos novamente todo o repertório repetitivo de Rodrigo Lacaz, porém dessa vez com uma surpresa, ele fez uns hits com a turma do Projeto Pau e Lata, foi uma batuca bem legal. Ficamos ali até acabar o show do Pau e Lata, conheci então o Igor Macarrão, segundo seu próprio marketing pessoal o mesmo me disse que ele está sempre ali, conhece Natal e as praias como a palma de sua mão, ele é o cara, ele é quem arruma tudo por , carro pra alugar, moto, passeio, buggy, prostitutas, guia turístico, inclusive ele mesmo é um guia (grátis ainda por cima), quem quiser levar ele nem precisa pagar, paga se quiser, se gostar do serviço dele lhe dão uns trocados (valor opcional), o cara é fantástico, terminou então a propaganda de suas mil e umas utilidades reforçando que ele consegue de tudo, tudo, tudo mesmo (eu como bom entendedor, compreendi exatamente a amplitude da palavra tudo), mas desse “tudo” eu não abuso, o que eu gosto estava ali, na geladeira, trincando e custa 4 pila, Bohemia.
 
Rodrigo Lacaz e Pau & Lata - Orla da Praia de Ponta Negra





Usei e abusei de tudo que a cidade me proporcionou, as minhas experiências em relação à noite de Natal são meio escassas, além de eu estar acompanhado da família, tanto eu quanto meu irmão chegávamos quebradosdas nossas façanhas diurnas (na verdade ele queria assistir a novela do José Alfredo). Tive várias referências positivas de bares, baladas e casas noturnas como Decky Bar, Forró com Turista, Pink Elephant, Peppers Hall e a Taverna Pub (decoração sensacional).

A qualidade de vida dos moradores é sensacional, são muito felizes, satisfeitos e adoram morar lá, a sensação que tive durante a viagem ao aeroporto foi a vontade de ficar, comprar um Buggy e viver em prol do turismo, mas sou um tanto urbanizado pra assumir tal risco. A cidade é do Sol mas a temperatura gira em torno dos 32 graus (menos do que aqui em Americana que chega beirar o inferno), a cidade venta muito, toda hora, meus chapéus não paravam na cabeça, devido esse fato a sensação térmica é muito mais refrescante.





Eu com os olhos fechados, agradeci a Deus e o elogiei por ter construído uma beleza rara dessas que é a cidade de Natal, voltamos satisfeitos, nos divertimos, não fomos explorados, comemos bem, fomos muito bem recebidos e fizemos grandes amizades durante toda nossa estadia. Voltei com uma concepção positiva de lá, gostei de tudo que vi e que vivi, tentei aprender, degustar, experimentar e explorar de tudo que tem por lá, no entanto, em meio de tanta beleza o tempo acaba se tornando curto e nem tudo é possível. O povo natalense me ensinou muita coisa nesse curto período de tempo e esse tornou-se o aspecto que mais gostei durante a semana. Volto pra casa apaixonado pela cidade, com roupas sujas na mala e uma bagagem extra, “a cultura”. O porquê eu sei de tudo isso todo mundo sabe. Eu estive lá!